Garantido? Só a morte.
Recentemente envolvi-me num debate aceso por não dar nada como garantido, por não sentir que as circunstâncias actuais, as relações actuais e tudo aquilo em que eu possa estar envolvida física e psicologicamente hoje em dia seja algo definitivo e eterno, seja algo meu, a minha realidade permanente, e com tal comportamento nunca seria alguém estável ou fiável.
Conseguem ter a certeza que o céu será cinzento para sempre? Ou que vai fazer sol garantidamente todos os dias? Então porque raio é que eu devo ter a certeza que vou atender telefones até á reforma? Ou que independentemente daquele pequeno número (milhões) de factores que compõe uma relação, eu irei ficar com X pessoa, ou dar-me com Y pessoa para sempre?
A única coisa que temos garantida nesta vida é a morte, de resto, tudo está em constante mudança a toda a hora pelas mais variadas razões.
Não percebo onde é que eu pequei por querer fazer mais e melhor todos os dias mesmo que isso signifique alterar o meu emprego, alterar as minhas relações, alterar a terra em que resido, arriscar num novo projecto, alterar o que quer que seja conforme as circunstâncias me permitam ou me obriguem.
Se é isto que faz de mim alguém instável e pouco fiável, tudo bem, seria pior se me conformasse com tudo e não tentasse algo mais.